Confusão transitória pode acontecer com qualquer pessoa, principalmente durante internações hospitalares

Quem já teve familiares idosos internados, talvez conhece a cena: surge dificuldade de concentração, não compreende o que lhe dizem e pode até ver/ouvir coisas que não existem… Trata-se do “Delirium”, uma alteração transitória no funcionamento do cérebro que ocorre em 2/3 dos internados em CTI.

Alguns sintomas típicos são: inquietude ou comportamento diferente do usual, uso de palavras inadequadas, desorientação (não sabe onde está ou a hora aproximada), mudanças no ciclo do sono. Este quadro pode se desenvolver em horas ou dias.

O risco maior para esses episódios é em pessoas que:

• Já possuíam algum problema de memória ou depressão
• Foram submetidas a cirurgia
• Idosos
• Já possuem alterações auditivas ou visuais
• Que estão passando por infecções ou dor severa

É importante ainda atentar para o Delirium hipoativo, um outro tipo em que o paciente fica mais quieto, parece triste e sonolento.

É PRECISO SE PREOCUPAR?

A boa notícia é que ele pode melhorar em dias ou semanas após. Ou seja, o Delirium é diferente de quadros demenciais (como a doença de Alzheimer), que são permanentes e progressivos. Por outro lado, pode piorar a memória em quem já possuía Alzheimer ou algum problema cognitivo.

Por isso, é preciso que o médico esteja atento para tratar os fatores que podem desencadear este quadro, bem como fazer avaliações para diferenciar de outras condições graves que parecem Delirium (como AVC, por exemplo).

COMO AJUDAR?

Acompanhantes e familiares podem ajudar com medidas simples:

1) Lembrar sempre o paciente do dia e hora.
2) Manter um ambiente tranquilo e ordenado.
3) Fornecer óculos e aparelhos auditivos, se o paciente os usava antes.
4) Trazer elementos da vida cotidiana, como fotos, objetos caseiros, visitas de pessoas queridas, músicas ou rograma de TV favoritos.
5) Falar devagar e usar frases simples.
6) Preservar o tempo de sono.

Essas medidas trazem conforto ao paciente, ajudam a equipe médica e muitas vezes funcionam melhor do que remédios.

Após a alta hospitalar, é possível seja indicado uma avaliação com o médico neurologista, a fim de garantir a melhor estabilidade do estado mental, com eventuais medicações ou orientações adequadas.